quarta-feira, 10 de abril de 2013
Brisa sai de bolsa a valer 1.326 milhões de euros
Hoje foi a última sessão da Brisa no mercado regulamento. As acções fecharam a 2,21 euros. A partir de amanhã, os minoritários que queiram podem vender títulos a 2,22 euros à Tagus.
A Brisa já não é uma empresa cotada em bolsa. A concessionária de infra-estruturas rodoviárias saiu de bolsa com um valor de mercado de 1.326 milhões de euros.
A capitalização bolsista apresentada pela Brisa resulta da cotação de 2,21 euros a que cada acção encerrou a sessão de hoje.
O pedido de perda de qualidade aberta da empresa presidida por Vasco de Mello, feita em Setembro pela Tagus (veículo liderado pelo Grupo José de Mello e pelo fundo Arcus), foi aprovada pela Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) e terá efeitos a partir de amanhã. Ou seja, as acções já não vão negociar no mercado regulamentado a 11 de Abril.
Hoje foi o último dia para trocar títulos da concessionária de infra-estruturas rodoviárias mas os minoritários que assim o entenderem podem vender as acções que detêm à Tagus. O período para essa alienação é entre 11 de Abril e 13 de Maio. Em troca, vão receber 2,22 euros.
Desde que se sabe que a Brisa saia de bolsa hoje, foram negociadas 3 milhões de acções da empresa. Estão, fora das mãos da Tagus, mais de 43 milhões de títulos da companhia, pelo que o veículo poderá ter de fazer um investimento de 97 milhões de euros se todos os minoritários quiserem alienar os seus títulos.
Quem não vender, fica sócio da empresa e terá direito, por exemplo, a receber dividendos, caso sejam distribuídos – nos últimos dois anos, a remuneração accionistas foi rejeitada pela Tagus. Entretanto, mesmo depois deste período de venda, o accionista pode acabar por alienar as suas acções, na eventualidade de ter encontrado um comprador interessado. Nesse caso, o preço é decidido entre as duas partes.
A saída de bolsa da concessionária de auto-estradas resulta da oferta pública de aquisição (OPA) lançada pela Tagus em Março do ano passado com uma contrapartida de 2,76 euros. A OPA foi incentivada pela banca, que estava preocupada com a queda do valor das acções da Brisa – dadas como garantias em empréstimos da José de Mello. Retirando de bolsa, o preço das acções da Brisa deixa de ser ditado pela volatilidade do mercado.
A operação de saída de bolsa mereceu as críticas da ATM, associação de investidores e analistas técnicas do mercado de capitais, que entregou ontem uma providência cautelar para travar a deliberação da CMVM que deu autorização à perda de qualidade de sociedade aberta à Brisa. Octávio Viana, presidente da associação, afirmou que a acção foi colocada com um pedido de urgência, de forma a que pudesse ser decidida antes de concretizada a retirada do mercado.
Efectivando-se a saída de bolsa, a empresa só poderá voltar a estar cotada a 11 de Abril de 2014, dentro de um ano.
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